A população de uma sociedade não escolheu
ser Historiador e por não ter as técnicas de evitar o Anacronismo e
influenciada pelos fatos do momento acaba esquecendo os fatos e os personagens
de fatos ocorridos no passado. Porém, o Historiador não pode se dar ao luxo de
permitir ser influenciado por paixões ideológicas e embarcar no navio do discurso
coletivo imposto por quem estar no comando dos governos e na condução da
atividade intelectual do país. Como Historiador deve-se exorcizar heróis
criados pela mídia e por instituições e partidos com interesses nada cívicos.
O Historiador deve relatar o fato
histórico como ele ocorreu mesmo que o fato e os atores históricos não tenham
sido os escolhidos pelos donos do poder nem lembrados pela população. Um dever
social do Historiador é registrar os méritos e deméritos de um agente histórico
mesmo que vá de encontro das convicções individuais do Historiador.
Hoje a classe política brasileira está
vivendo com os descrédito da população e todos os dias as manchetes dos jornais
e revistas estampam um político preso em casos de corrupção e a classe política
nunca foi querida da população brasileira e hoje enfrenta a fúria da população
pois, os atos de corrupção que todos sabiam saíram dos esgotos escuros e estão
sendo expostos ao ar livre sob a luz e os olhos da população. A internet se
encarrega em alimentar e espalhar o ódio da população a classe política. Hoje é
simplesmente indefensável defender algum político.
Neste trabalho procurei
apontar os acertos da classe política paraense e registrar com seriedade e
verdade as ações dos Deputados e Senadores paraenses sem cair na tentação de
crucificar alguém pelo fato em ter apoiado a rejeição da Emenda Dante de
Oliveira, pois, os que isso fizeram tinham sua convicção política de que o
brasileiro ainda não estava preparado para votar a Presidente da República. E
se esses políticos tiveram outros motivos para não apoiar a Emenda Dante de
Oliveira não foi o objetivo de este trabalho fazer tal tipo de investigação.
Nesta
podridão política em que vivemos atualmente vários políticos que estiveram na
campanha das Diretas estão presos ou investigados por denúncias de corrupção e
mesmo assim neste trabalho foi importante apontar o importante papel destes
políticos na campanha das diretas, tais como: Jader Barbalho, Lula, Paulo
Maluf, Domingos Juvenil, e outros. O trabalho não é panfleto publicitário e nem
peça de Inquérito policial e sim um documento para apontar quem esteve ao lado
da campanha das diretas.
O
trabalho procurou trazer para o conhecimento público políticos paraenses que
tiveram importância nacional na campanha das diretas e saíram do cenário
político e caíram no esquecimento de seus trabalhos para a aprovação da Emenda
Dante de Oliveira, tais como: o Deputado Vicente Queiroz, Itair Sá da Silva,
Maruandir, Brabo de Oliveira.
Hoje
alguns políticos que ainda estão no exercício do mandato e defensores da
democracia e das eleições no período da campanha das diretas se posicionaram
contra a Emenda Dante de Oliveira, tais como: o atual Prefeito Zenaldo Coutinho
como o Deputado Gerson Peres.
No
curso de desenvolvimento deste trabalho onde a cada pesquisa descobri fatos que
não tinham qualquer pertinência temática com o tema do trabalho e por justiça
política me vi obrigado a incluir no trabalho, como por exemplo a luta do
Deputado Romero Ximenes para a criação da Uepa, bem como, a batalha árdua do
Deputado Maruandir para que fosse concedido a gratuidade para idosos em
embarcações que navegassem pelo Pará, quando ainda nem se falava de estatuto de
idoso.
No
cenário Nacional a cada investigação e pesquisa também deparei com agradáveis
surpresas que teve o merecido registro, como o trabalho da Deputada Jandira do
Pc do B do Rio de Janeiro, que antes de ser militante comunista exercia a
Medicina de forma filantrópica e ajudou na organização da comício da
Cinelândia. Discordo de tudo o que a Deputada Jandira prega em sua ideologia,
mais como Historiador não poderia de registrar o importante papel da ex-médica
na aprovação da Emenda Dante de Oliveira.
O
Deputado Ronaldo Passarinho era líder do PDS na Assembléia Legislativa e opositor
ao Governo Jader Barbalho e em que pese eu não ter encontrado uma matéria do
parlamentar paraense defendendo a Emenda Dante de Oliveira também não encontrei
uma frase de Passarinho se dizendo contrária a mesma. E na entrevista com este
Historiador Passarinho registrou a lealdade de Jader com a oposição, mostrou a
carta do radical Babá pela boa Presidência de Passarinho, contou detalhes dos
bastidores da política paraense que serão aproveitados em outro trabalho pois,
fugia ao tema.
A política
moderna abandonou algumas práticas do passado que poderiam ser restabelecidas,
como a conversa com a classe empresarial para projetos de infraestrutura. Jader
Barbalho, por exemplo, ao obter 90 milhões de dólares para investimento reuniu
com todos os empresários do Estado e o foi duramente sabatinado e desta reunião
foram dadas sugestões e que foram devidamente executadas como a construção da
PA-150 que até hoje interliga o sul do Pará.
Outro
fator importante revelado na campanha das diretas e revelado na pesquisa deste
trabalho é a manipulação de massa feita pelos órgãos de imprensa onde descobri
que a revista veja que hoje se vangloria da democracia que vivemos tentou
manipular a massa omitindo a campanha das diretas e só foi obrigado a noticiar
a campanha das diretas pela cobrança de seus leitores, pois, era impossível
negar os milhões de brasileiros nas ruas. A revista Veja praticou um crime a
cidadão brasileiro em uma omissão descarada e mantendo uma linha editorial onde
buscava tratar a tramitação da Emenda Dante de Oliveira uma votação qualquer
sendo conduzida por velhos políticos.
A
revista Veja escolheu seus heróis e tentou demonizar e eliminar Ulysses
Guimarães do cenário político e a própria população se encarregou em desdizer a
revista e nomeou Ulisses o Senhor Diretas. Este Historiador não cobra acertos
da Imprensa nem da Revista Veja e sim lealdade aos fatos e o compromisso com os
eleitores e eventuais equívocos deveriam ser analisados, reconhecidos e se for
o caso um pedido de desculpas, pois, é comum as difamações merecerem as
manchetes e as retratações ficarem nas notas de rodapés.
O
brasileiro rotineiramente é acusado injustamente de que é o alienado político e
de que não sabe votar, e no curso da pesquisa deste trabalho aprendi que esta
acusação está longe de ser verdade o que talvez ocorra é a falta de interesse
pela política o que acaba fazendo com que as pessoas escolham seu candidato a
partir de afinidades sociais e familiares e em 4 em 4 anos pessoas
despreparadas e sem o comprometimento com a causa pública vem se perpetuando na
política. E na campanha das diretas onde milhões de brasileiros foram as ruas,
sem qualquer motivação ideológica ou financeira mostrou a sua capacidade de se
organizar e reivindicar suas vontades. O que falta a esta trabalhadora
população são líderes, pois, o que se vê são oportunistas de plantão que se
aproveitam até de um cadáver ou de uma tragédia para se promoverem. Falta ao
Brasil outros Ulysses Guimarães.
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